
Nem as férias de julho afastam as futuras feras do Projeto Escolinhas de Base – APAV Vôlei, no Centro Olímpico Municipal. Os treinos prosseguem durante o recesso escolar e, apesar de algumas ausências, são muito movimentados. Principalmente quando a evolução dos alunos é notável. Ao todo, mais de 100 crianças e adolescentes são beneficiados pela iniciativa entre as categorias Mirim, Infantil e Infanto (feminino e masculino, além de uma turma com alunos surdos na Escola Vitória). É o terceiro ano consecutivo que a entidade mantém projeto social de base.
Com sete meses de treinos, William Moraes, 16 anos, conta que quando chegou “só tinha a educação física da escola. Tivemos que esperar para jogar, como todo mundo, o que acaba sendo bom”. Seu colega nas quadras, Lorenzo Gregório, 14, está animado com o salto de qualidade desde o início dos treinamentos. “Evoluí bastante, comparando aquilo que eu jogava na escola a como estou jogando agora. Já consigo entrar no time, jogar em campeonatos. Estou indo bem”, diz Lorenzo. William emenda: “Eu não sabia nem fazer um passe! Evoluí de não saber nem saltar para conseguir cortar. Agora, sai jogo!”, conclui.
O professor Leonardo Simeonides atesta o desenvolvimento dos meninos: “No início, eles ainda não se sabiam se posicionar nem tinham postura de jogo, mas nesse período de seis meses os avanços são notáveis, com todo o trabalho nos treinos. O jogo flui muito mais.”
Rotatividade alta
O progresso à medida que os treinos avançam não é novidade para o professor Luís Renato Monteiro. Com mais de 30 anos dedicados ao voleibol e no projeto social desde seu início, Renato até brinca com a rotatividade das meninas nos elencos, já que aquelas mais destacadas são encaminhadas ao Sesi – que tem parceria com a APAV para equipes de alto rendimento (competição). “Quando acho meu time, eles levam embora. Mas faz parte do desenvolvimento delas. É um orgulho ver meninas que começaram aqui se destacando em competições Estado afora”, pondera o professor.
As gurias também gostam de falar sobre seu aperfeiçoamento. “Fiz uma aula experimental no colégio, uma vez, mas quando cheguei aqui não sabia praticamente nada de vôlei”, conta Íris Maria Marin, 12. Elas fazem questão de salientar a diferença entre treinar com metas a alcançar e simplesmente jogar de vez em quando. “Aqui é tudo muito diferente das aulas no colégio, o treino físico é muito forte. Mas tem que ser, para a gente aguentar o jogo!”, diz Maria Eduarda Simon, 12. E completa: “Até as broncas do professor Renato são boas, porque motivam a gente a melhorar”. A amiga endossa: “E hoje a gente está treinada para fazer de tudo. Sou ponteira, mas sei até levantar direitinho!”, exalta Íris.
Para quem acompanha de perto, a transformação é ainda mais explícita. “Desde o básico, levantamento, recepção, toque, tudo evoluiu. Sem contar que hoje elas viajam, disputam. Fazem coisas que elas não conseguiam antes. E não é somente saúde. O esporte passa já a fazer parte da vida: serve para desopilarem, aliviar stress… e também tem o ensinamento. É bom para todo mundo aprender algo novo, não é?”, questiona o professor das categorias mirim, infantil e infanto Jhonatan Padilha, já certo da resposta.
O Projeto Escolinhas de Base APAV Vôlei é uma conquista do clube por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, do governo federal, e tem o apoio das empresas AGCO, Banrisul, Farmácias São João, Zaffari, Unimed, InBetta e Postos Buffon.
Foto: Moreno Carvalho / Ponto Multimídia