
Virou uma feliz rotina a presença mensal de alunos deficientes auditivos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Bilingue para Surdos Vitória no Centro Olímpico Municipal de Canoas (COM).
As crianças e adolescentes da escola do bairro Mathias Velho têm no currículo aulas semanais de voleibol, como parte do desenvolvimento de projeto inclusivo e pioneiro da Associação de Pais e Amigos do Vôlei (APAV). E, como parte desse projeto, a aula de vôlei se estende ao COM, cumprindo o objetivo de inserção social dos alunos da Vitória.
Para a esposa do saudoso idealizador do programa, Almir Beltrame, e presidente da APAV, Eliane Graciolli, uma simples palavra descreve a visão da gurizada se divertindo. “Gratidão. É tão bom ver a vontade deles de vir e a alegria por estarem aqui. Isso demonstra para valer que o esporte funciona como instrumento de inclusão”, declara.
A afirmação da presidente se prova certa. Basta que se observe por alguns minutos os alunos fora do ambiente escolar, interagindo com outras crianças. A desenvoltura deles já é notável, com alguns exibindo conhecimento do gestual típico do vôlei.
Vôlei no cotidiano deles
Para o professor de Educação Física da Vitória, Vanderlei Pinzetta, o vôlei já está no cotidiano das crianças e jovens da escola: “E isso é uma conquista da APAV, a gente poder trazê-los para o Centro Olímpico. É fantástico, eles cada vez mais se beneficiam e precisam dessa integração. Agradecemos muito à APAV, que viabiliza essa condição. É muito importante eles interagirem com os colegas da escolinha de vôlei, que estão aqui treinando toda semana. Fico muito feliz em vê-los felizes e querendo mais. Alguns pedem para vir todo dia, mas, claro, esta logística seria impossível. Mas isso só demonstra o quanto eles gostam da ação que estamos podendo proporcionar a eles. O acolhimento que recebemos aqui é lindo”.
Visitas são mensais
As visitas dos alunos da Vitória ao COM são mensais, e as próximas estão agendadas para 30 de outubro e 25 de novembro.
A iniciativa da APAV na Escola Vitória promove inclusão esportiva e social, desenvolve habilidades cognitivas e motoras, aumenta a autoestima e a confiança e cria oportunidades de socialização. A prática é semanal, às quartas-feiras, e abrange alunos entre oito e 17 anos – alguns com dificuldade motora, outros com autismo –, todos com déficit auditivo em algum grau.
O projeto Escolinhas de Base APAV Vôlei – 4ª Edição é uma conquista da Associação dos Pais e Amigos do Voleibol (Apav) por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, do governo federal, sendo desenvolvido pela Idealize e tem o apoio das empresas Ultragaz, InBeta, Rede Buffon, Web Group, Panfácil, Unimed Porto Alegre, Mesasul Cestas Básicas, Zaffari e AGCO.
Foto: Moreno Carvalho/Ponto Multimídia