
O fim do ano e dos deveres escolares se aproxima para a maioria, mas para outros alunos, a atenção às instruções dos professores e a dedicação às tarefas parecem aumentar de intensidade. Com isso, os resultados aparecem. E não é conversa mole, não. Quem diz são os próprios mestres e pupilos. Até porque não falamos de aulas normais, mas dos treinamentos das equipes de alto rendimento SESI/APAV Vôlei.
O projeto de alto rendimento está completando um ano após a retomada dos treinos que haviam sido interrompidos durante o pico da pandemia do coronavírus. Antes, as aulas da gurizada da APAV ocorriam nas dependências da Ulbra e, em 2022, passaram a acontecer no Sesi Canoas, bairro Marechal Rondon, a partir de uma parceria entre as duas entidades.
Essas equipes estão no topo de uma escalada que tem no início o projeto social da APAV, desenvolvido no Centro Olímpico Municipal, com mais de 100 atletas. Os que se destacam lá recebem oportunidade nos times de alto rendimento, que disputam competições da Federação Gaúcha de Vôlei (FGV). No feminino, quem representa o SESI/APAV Vôlei é a categoria Mirim (Sub-13). Já no masculino é a categoria Infanto (Sub-17). A intenção é que, a partir de 2023, sejam agregadas as equipes infantil feminino e mirim masculino.
MENINAS DESTACAM FUNDAMENTOS
Recém chegada (começou as aulas no mês passado), Sara Potto, 12 anos, garante que já vê mudanças: “Sim, já consigo perceber melhoras no passe, no toque. E na força!”, diz a moradora do bairro Marechal Rondon, com um leve tapinha no braço da colega Nathalia Kroth, 12, que é obrigada a concordar, sorrindo, que Sara está, sim, mais forte.
Também moradora do Rondon, Nathalia já está no grupo há sete meses. Ela costumava praticar vôlei na escola, e atesta a mudança de nível: “Aqui tudo é mais técnico, mais completo. Me esforço porque quero continuar a evoluir fundamentos como manchete e toque”.
Um dos técnicos das meninas, Anderson Menezes, o Xanxa, confirma a evolução das gurias. “Tivemos problemas com lesões, perdemos nossa levantadora, mas isso não nos impediu de avançar nos treinos e consolidar a melhora delas. Estão num nível bom, que nos permite termos condições de, nos próximos anos, chegar à disputa da Série Ouro”, avalia.
A opinião do professor é partilhada por Manuella Dutra, 11, moradora do bairro Mato Grande, que ainda destaca outro fator importante: “A união do grupo! Somos muito, muito parceiras, e acho que isso faz com que a gente se sinta mais à vontade para aproveitar as dicas dos técnicos, que são muito legais”.
CAMPEÃO OLÍMPICO DE OLHO
Mesmo que os professores sejam bacanas, dá frio na espinha ser orientada por um multicampeão como o ex-central da Seleção Brasileira Gustavo Endres?
“Às vezes ele parece um pouco brabo, mas é só o jeitão dele. É um orgulho pra todas nós ter alguém assim dando dicas, corrigindo, ensinando. Principalmente porque aqui todas nos apoiamos e todas ganhamos com isso, não tem vaidade”, diz a moradora do Loteamento Moinhos de Vento, Isabela Kunzler, 13 anos.
“A vivência nas quadras é importante na hora de passar para gurizada o que a gente quer que seja feito. Claro que é um processo que leva tempo, mas temos muita sorte em ter turmas tão aplicadas e com tanta vontade de aprender”, declara Gustavo.
GURIS “VOANDO” EM QUADRA
Pelo lado dos meninos, o treinador Thomas Carriconde vê o trabalho desenvolvido nas quadras do Sesi como “muito positivo” até aqui. “Se falarmos apenas em dar padrão de treinamento e oferecer ações multidisciplinares, como acesso a nutricionista e psicólogo, já avançamos muito, direcionando a evolução deles para 2023. A ideia é ampliarmos a oferta de categorias de base e prepararmos a turma para competir.
Também treinador, Leonardo Rattay observa o avanço técnico “desde o início. É visível, tanto individualmente, como do grupo. Hoje as crianças aprendem o compromisso de ser atleta. Em quadra, já vemos os times se tornarem competitivos” destaca.
A fala dos professores é comprovada em quadra. O ritmo intenso dos treinos e os resultados em amistosos e competições mostram como a gurizada evoluiu do início até aqui. “A gente tem evoluído bastante com a sequência do trabalho”, destaca João Both, ponteiro de Lajeado que passa a semana em Canoas treinando. O comentário dele é reforçado pelo colega, Rafael Martins. “Nosso grupo é muito entrosado e isso aparece em quadra”.
CLÍNICA DE VÔLEI EM DEZEMBRO
Está agendada para o próximo dia 9 de dezembro uma Clínica de Vôlei ministrada por todos os professores do projeto de alto rendimento SESI/APAV Vôlei. Das 14h às 16h serão recebidos meninas (nascidas em 2010 e 2011) e meninos (2009 e 2010) da categoria Mirim. Depois, das 16h às 18h é a vez das meninas da categoria Infantil (nascidas em 2008 e 2009). O evento será nas quadras 1 e 2 do ginásio do Sesi Canoas (Rua Aurora, 1220, bairro Marechal Rondon). “Será a oportunidade para conhecermos mais a garotada da região que tem interesse em participar dos nossos projetos”, destaca Gustavo Endres, gestor da APAV.
Fotos: Moreno Carvalho e Diego Figueira/Ponto Multimídia